Economia

Crise no setor obriga a nova luta

Os agricultores da região estão a preparar-se para novas formas de luta para demonstrar ao Poder Central o seu descontentamento que pode colocar fim a milhares de explorações agrícolas e agropecuárias na região do distrito de Setúbal

Novas formas de luta estão a ser estudadas pelos agricultores do distrito de Setúbal e também de toda a região do concelho de Palmela. Isto depois da semana passada ter ficado marcada com os protestos dos agricultores em França e terem-se espalhado um pouco por toda a Europa, incluindo Portugal. Os tratores e máquinas agrícolas saíram às ruas das cidades e vilas do interior e bloquearam vias importantes de tráfego rodoviário. O Jornal Concelho de Palmela falou com o responsável da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, Edgar Pereira, que nos informou que a associação está a preparar algumas formas de luta que em breve vão ser divulgadas pela AADS, uma dessas formas de luta passará pela realização de uma marcha lenta que será realizada entre a cidade do Montijo e a Direção-Geral de Agricultura. Na passada sexta-feira (2) alguns agricultores tomaram de iniciativa o bloqueio de acessos à A33 e Ponte Vasco da Gama. 

A concentração começou bastante cedo na rotunda das Portas da Cidade, no Montijo e depois percorreram em marcha lenta pela A33 até à rotunda da Alcochete, onde se concentraram até à hora da reunião por videoconferência entre representantes dos agricultores e a ministra da Agricultura. Essa reunião foi realizada na Câmara Municipal de Alcochete e teve duração de uma hora e meia de conversações, o que saiu dela foi uma mão cheia de promessas e que irá ser revista toda a situação de apoios que eram para entregar nos anos da pandemia e que não chegaram aos agricultores.

Nesta reunião ficou decidida uma nova já para amanhã (7) que irá decidir se os agricultores vão continuar em protesto ou se desmobilizam. Para além dos apoios financeiros que reivindicam, os agricultores querem mais apoios na ajuda dos combustíveis e também que os preços de revenda sejam revistos, existindo muitas explorações agrícolas que afirmam que se nada for feito, serão obrigadas a encerrar essas mesmas explorações.

Ao JCP chegou um apelo de um agricultor que nos diz que “já não há maneira de aguentar esta situação, tenho apoios atrasados, não posso deixar de cumprir com os meus fornecedores nem com a banca, tive que recorrer a empréstimos bancários a juros altos para continuar a manter a minha exploração agropecuária, tenho 200 cabeças de gado leiteiro e a venda do leite está baixo, não sei até quando conseguirei aguentar se nada for feito pelo Poder Central e pela Europa.”, muitas explorações estão a passar a maior crise de sempre em toda a Europa. 

Portugal promete manter a luta até que se possa fazer alguma coisa no sentido de minimizar o problema que existe atualmente no setor agrícola e agropecuário. Os agricultores ameaçam uma luta mais intensiva nos próximos tempos que se avizinham. Existem quem defenda que a luta dos agricultores portugueses deve ir mais longe com a “invasão” à capital portuguesa e com o bloqueio à cidade de Lisboa.

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