Um ecoar da música Humanitária durante mais de 150 anos
O Jornal Concelho de Palmela foi saber mais sobre esta casa centenária que é a Sociedade Filarmónica Humanitária.
Palmela é terra de músicos e quem pertence a esta vila comprova a afirmação. A Sociedade Filarmónica Humanitária – bem conhecida e acarinhada pela população de Palmela desde 1864 – foi fundada por um grupo de músicos e é considerada um dos grandes símbolos sociais e culturais da vila. Foi reconhecida e condecorada com o título de membro honorário da “Ordem de Benemerência”, tendo em 24 de fevereiro de 1993, sido declarada instituição de utilidade pública.
A atividade principal desta sociedade é a música, mas desenvolve várias atividades recreativas, que parte também do canto, da dança e do ensino artístico musical dado através do conservatório. O Jornal Concelho de Palmela conheceu a presidente da Humanitária, Ana Felício, que nos contou um pouco mais sobre esta “casa da música” centenária.
De entre um “conjunto alargado de atividades” existe a Banda de Música, que é o “ex-libris” da sociedade, há o Coro, a Escola de Flamenco e Sevilhanas, a Escola de Ballet – RAD (Royal Academy of Dance), Escola de Música, Orquestra de Jazz, e o Conservatório Regional de Palmela – ensino especializado da música, com mais de 16 anos de existência. Há também o grupo do Cavalhinho – que integra os membros mais novos.
Ao longo do ano, promovem “várias atividades e eventos”, como é exemplo da realização dos Santos Populares, do Cirio à Nossa Senhora do Cabo Espichel e também do regresso da Palmela White Party, que acontecerá dia 27 de agosto.
“A música tem uma grande afluência e teve na origem do conservatório. Houve essa vontade e necessidade, uma vez que há uma grande tendência para a música no concelho e na zona envolvente e tem um papel incontornável na história e no sentir e de quem nos procura”, diz a presidente. Embora mais recentemente, a dança também assumiu um papel preponderante na vida desta sociedade.
Nacionalmente, a Humanitária desenvolve vários “intercâmbios entre músicos” e “entre professores e alunos” bem como “encontros de bandas e de coros”, mas também “de sevilhanas”: “A banda adiou em 2020 um encontro nos Açores, que estamos a preparar para ser realizado em 2023. É uma partilha de saberes, conhecimentos e convívio entre músicos, entre realidades de vários locais e vários pontos do país”.
“O cruzamento de gerações é fundamental e há este conceito da intergeracionalidade– desde os mais pequenos aos mais idosos. Esta é uma casa aberta a todos, onde as avós e mães ajudam, nem que seja na costura”.
Na pandemia, os tempos foram “complicados” e de “reinvenção a todos os níveis e em todas as atividades” numa “partilha de esforço enorme”: “Para além da dificuldade emocional, houve um impacto financeiro”.
O que Ana considera ser vital nesta sociedade é a preocupação “constante em melhorar” e em “estar presente e ouvir a comunidade”, e também ir ao encontro “das expectativas”, numa “avaliação constante” indo “ao encontro de todas as faixas etárias”. A missão é fazer com que seja uma casa de todos – de quem lá “mora” e de quem lá quer “entrar”.