Vereador assegura “não me recandidato nas próximas eleições”
O autarca do PSD tem sido garante de oposição na Câmara de Palmela, mas revela que já não será candidato nas próximas eleições autárquicas. Não deixa de continuar a garantir que “a Câmara de Palmela não serve as pessoas, que têm muitas dificuldades para contactar os serviços municipais”
Paulo Ribeiro, vereador do PSD, faz um balanço crítico deste mandato, lembrando que o atual presidente da Câmara “já não se pode recandidatar e procura fazer alguma transição que não se percebe o que é, pois, ainda não se sabe que será o candidato da CDU”.
Para o social-democrata “a câmara não serve as pessoas, pois existem muitas dificuldades em contactar os serviços” e “continua a haver muita dificuldade para fazer as obras a tempo e horas para servir as populações”. E cita como exemplos “as principais atividades da câmara que se prendem com a limpeza e a higiene urbana e a intervenção no espaço público continuam a não ter como mudar”. Como ponto positivo, destaca, “o IMI que irá até final do mandato atingir a taxa mínima”, mas lamenta que “a CDU com a conivência do PS continua a manter o IRS que podia e devia baixar” e lembra “o PS contenta-se em ter um vereador a tempo inteiro e apaga-se no atual executivo, onde podia ter mais dinâmicas, mas limita-se a aprovar as propostas da maioria CDU”.
Palmela Village tem que ter solução
Paulo Ribeiro revela “não me recandidato nas próximas eleições a Palmela, mas estou disponível no que o presidente do meu partido queira contar comigo”.
Nos “pontos negativos” da gestão do concelho, Paulo Ribeiro destaca a situação que se passa na Palmela Village, que terá que “ter uma solução que passa pelos três grandes responsáveis: o promotor, o Turismo de Portugal e a câmara de Palmela, que no início devia ter clarificado todos os pormenores”.
E esclarece “no início do empreendimento houve um pouco de tudo, quem comprou as casas como empreendimento turístico e como habitação normal. É importante encontrar uma plataforma, que resolva de uma vez o problema, que a câmara não continue a empurrar o assunto com a barriga, porque está em causa a boa imagem do município junto das pessoas”.
Paulo Ribeiro mostra-se confiante que Montenegro “irá ganhar as eleições e ser primeiro-ministro, sem acordo com o Chega, porque não, é não”. E acrescenta “se o povo quiser o PSD poderá ser a alternativa e fazer a mudança e é nisso que estamos focados seja quem forem os protagonistas e apenas tenho uma certeza não voarei para Bruxelas”.
O desaparecimento da AMRS
Paulo Ribeiro acredita que “mais tarde ou mais cedo a AMRS (Associação de Municípios da Região de Setúbal) irá desaparecer com a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal”.
“Tiveram oito anos para resolver a desanexação”
A agregação das freguesias aconteceu por força da Troika e o vereador do PSD era então deputado, mas lembra “as freguesias não desapareceram, as sedes das juntas não foram fechadas e as populações não perderam nada. Os partidos é que perderam quadros políticos”, mas admite “no dia em que nos demonstrarem o contrário estaremos na primeira linha pelo combate à desagregação”, mas não deixa de lembrar “o PS esteve oito anos no Governo e teve todas as possibilidades para proceder à desanexação e este só não aconteceu porque o PS e o PC não quiseram”.
Aeroporto: quando e onde?
O autarca do PSD aguarda pela análise da nova Comissão, mas considera que “este investimento nacional já devia estar feito há anos” e sem “querer antecipar o estudo continuo a achar que a melhor opção é a Base Aérea do Montijo para servir o aeroporto de Lisboa e o que melhor serve o país”. Mas não deixa de lembrar “não somos um país rico e a Base Aérea do Montijo reúne todas as condições”.
Ele e eles…
Paulo Ribeiro aceitou o desafio para analisar a atividade municipal de alguns vereadores.
Carlos de Sousa (Movimento de Cidadãos) – Está um bocado desajustado do papel que possa ocupar na câmara. Deixou de ser autarca durante anos e não está bem ajustado ao papel da oposição e os desafios atuais de ser vereador com poucos meios não é fácil.
Pedro Taleço (vereador do PS) – Com os pelouros que tem podia fazer mais e melhor. As áreas da fiscalização e espaços verdes são os mais deficitários e podia fazer muito mais, que acrescentasse alguma coisa à maioria CDU.
Fernanda Pésinho – É vereadora dos Verdes.
Luís Miguel Calha – É o vice-presidente da Câmara e acredito que em virtude de estar há muito tempo na câmara faz o que pode numa área difícil de gerir como os Recursos Humanos. Pode ser o futuro candidato à presidência da Câmara, mas isso é uma questão do Partido Comunista.
José Carlos de Sousa (Presidente da Assembleia Municipal) – Foi eleito muito por força do acordo entre os partidos da Oposição. Tem sido um presidente presente e imparcial relativamente às bancadas, mas percebo que ele terá outras aspirações.
Uma mensagem para os munícipes
“Tem sido um gosto ser vereador em Palmela, muito gratificante porque este concelho é muito prometedor em diversas áreas. Mas a visão cultural da CDU faz com que Palmela não tenha o desenvolvimento que merece ter. Não podemos esquecer que vivemos num país onde pagamos os impostos máximos e temos os serviços mínimos na saúde, na educação, na habitação e na segurança e nas próximas eleições o PSD será a alternativa ao PS para fazer a mudança que o povo precisa”.