Vice-presidente vota contra proposta do presidente
Palmela vive momentos estranhos com CDU de costas voltadas.
A Câmara de Palmela sempre foi dirigida por uma maioria comunista, mas nas últimas eleições a gestão ficou sem maioria absoluta e daí o acordo mais ou menos assente com o PS para as propostas poderem ser aprovadas. Tudo tem corrido na graça dos deuses. Mas, eis se não quando, a contestação aparece no seio da CDU com o presidente e o vice-presidente a não se entenderem.
A única sessão de agosto realizada no dia 23 antevia-se calma devido ao período de férias. Após aprovadas as substituições de dois vereadores do PS, em que Pedro Taleço deu lugar a Paulo Bandola e Raúl Cristóvão por Maria Elísia Monteiro, foram aprovadas por unanimidade saudações, três delas apresentadas pelo vice-presidente Luís Miguel Calha, com a distinção à Alquimia dos Sabores, que venceu o concurso no Reino Unido com o doce de Maça Riscadinha com Moscatel.
As outras saudações foram atribuídas às adegas de Palmela e Camolas por prémios conquistados, tendo o vice-presidente Luís Miguel Calha destacado “o excelente trabalho desenvolvido pelas adegas que conferem notoriedade aos vinhos do concelho”.
A vereadora Maria João Camolas apresentou as duas restantes saudações a nível do desporto para o aniversário do Pinhalnovense, que fez 75 anos no dia 5 de agosto e à nadadora Ana Parente, que foi campeã no escalão de Juniores nas provas realizadas em Coimbra.
… e o insólito acontece com proposta da CDU
O presidente Álvaro Amaro apresentou a proposta referente ao auto de transferência de competências no âmbito da saúde para disponibilizar o desbloqueamento de verbas para a Unidade de Saúde de Quinta do Anjo. O vice-presidente Luís Miguel Calha pediu a retirada da proposta porque a CDU não assinou os autos de competência e a proposta “exige uma reflexão mais aturada, pois as cartas estão na mesa, mas estão viciadas”. Álvaro Amaro não retirou a proposta e acusou o vice-presidente Luís Miguel Calha de querer “criar um facto político”.
Também o vereador do PSD, Paulo Ribeiro, votou contra por considerar que o “documento devia ser mais consentâneo com o que queremos”, mas não ficou sem a resposta do presidente da câmara que o acusou de “estar a revelar-se um perigoso revolucionário”.
Carlos de Sousa, do Movimento de Cidadãos, esclareceu que “apesar de não estar de acordo, irei votar a favor”.
A proposta acabou por ser votada com os votos a favor do PS, do Movimento de Cidadãos e da CDU, com exceção de Luis Miguel Calha, que votou contra, assim como Paulo Ribeiro, do PSD.