Cultura

Tito Monteiro foi palmelão de coração, artista e irmão

Nascido e criado em Palmela, teve um papel inabalável como cidadão e serviu a terra desde tenra idade.

A vila de Palmela tem, na sua essência, várias pessoas de renome, que fizeram muito pelo concelho, mas também deixaram a sua marca pelo que eram para os outros e para a importância que tiveram no que está visível ainda nos dias de hoje.

Helena Monteiro falou com o Jornal Concelho de Palmela sobre a Festa das Vindimas, e, inevitavelmente falámos acerca do seu irmão – Tito Monteiro, um nome que está eternamente presente na história destas emblemáticas festas.

Lena, como gosta de ser conhecida, para além de todos os outros projetos, já restaurou cinco igrejas. O gosto pela pintura e pela arte sempre esteve com ela, mas não trabalhava sozinha… o seu irmão, Tito, já partilhava essa paixão.

“Não tirou curso nenhum, desenhava e pintava muito bem. O primeiro cenário que ele pintou, para os Loureiros – onde trabalhou toda a vida – tinha 12 anos. Na Festa das Vindimas, quando apresentava os desenhos, já tinham integrados todos os pormenores. Fez muitas exposições e muitos projetos. Trabalhou muito para Palmela”, desabafa Lena Monteiro.

Tito Rosa Monteiro nasceu no ano de 1939, em Palmela, tendo sido, assim, nascido e criado como um verdadeiro palmelão. Foi nesta vila que deixou um legado que ainda hoje está patente em vários cantos do concelho, como desenhador e projetista.

Quando falámos do início da Festas das Vindimas – e até antes disso – falamos sempre no nome de Tito. Fez parte doo grupo de fundadores, em 1963, tendo começado, inclusive, a idealizá-la logo depois da extinção da Festa do Senhor dos Passos.

A sua ligação durou as suas oito décadas de vida e foi, inclusive, responsável pela conceção e direção dos Cortejos Alegóricos das Vindimas entre 1964 e 1994, entre outras áreas.

A sua carreira artística esteve sempre ligada à sociedade filarmónica que integrou desde cedo – os Loureiros, cuja permanência como colaborador foi constante. Fez também o projeto de adaptação da antiga adega no Largo de S. João naquilo que é hoje, a Casa-Mãe Rota dos Vinhos, entre outros semelhantes. Fora da região de Palmela, é de assinalar a sua participação na cenografia e criação dos motivos decorativos para as iluminações de Natal da cidade de Lisboa, em 1966.

Com a sua irmã, Lena, a mesma revela que gostava que o seu irmão visse o trabalho e o aval final das suas artes era sempre dele: “Eu dizia “Tito, podes cá vir acima? Põe dos defeitos que quiseres… Tito, está quase pronto, anda cá” – ele tinha a última palavra e agora faz-me muita falta”, confessa.

“Toda a gente conhecia o Tito…”, como pintor, como desenhista, como colaborador, responsável e artista. Como irmão… Como pessoa. Será relembrado e homenageado… Por quem o conheceu e pelo legado que deixou na sua amada vila de Palmela.

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