Policiamento de proximidade é necessário
As populações do concelho de Palmela estão preocupadas com a falta de policiamento de proximidade nas localidades do concelho, mas compreendem que não exista meios logísticos e sobretudo humanos para que possam fazer mais do que os militares da GNR fazem atualmente. As autoridades estão a passar por momentos complicados e os homens e mulheres que zelam pela segurança da sociedade civil estão esgotados e já não acreditam em promessas
São cinco da tarde e já começa a ficar escuro nas ruas, o sentimento é de medo, sobretudo nos mais idosos, Maria Amélia, moradora em Palmela, tem 70 anos, e diz com orgulho que é mais palmeloa do que da sua própria origem. O Jornal Concelho de Palmela ouviu esta moradora que se queixa da falta de policiamento de proximidade na vila de Palmela: “Esta vila é uma vila histórica, e o seu centro está envelhecido, não conseguimos sair a esta hora de casa com receio de sermos abordados por um meliante que nos possa assaltar”, diz com um olhar triste, pois estava habituada a ir à missa das 18h00 e até isso deixou de o fazer por receio.
Recentemente um supermercado que está instalado no Centro Histórico de Palmela, foi alvo de um assalto, poucos minutos passavam das 19h20 quando um encapuzado entrou no estabelecimento e com uma arma de fogo ameaçou a funcionária da caixa para que lhe desse todo o valor da caixa.
O proprietário de olhar triste falou com a nossa equipa de reportagem que apelida a situação de ser novos tempos de uma sociedade que está em apuros e com fome. A sua única preocupação é o bem estar dos funcionários do estabelecimento. Já na aldeia de Quinta do Anjo, tivemos a falar com Pedro Guedes, morador na aldeia há mais de 10 anos, com 50 anos, também diz que sente receio por falta de presença da GNR na localidade. Diz “graças a Deus” por ainda não ter tido nenhum episódio menos bom, talvez, seja Deus que o proteja ou mesmo o Anjo da Quinta, mas tem medo dos próximos tempos que estão para vir, pois a humanidade que existia no outro século, essa já lá vai. Sabe que os militares da GNR não podem fazer muito mais daquilo que fazem, por falta de investimento por parte dos sucessivos Governos que foram passando e não investiram na segurança dos cidadãos.
Na vila de Pinhal Novo, o problema de segurança é maior, a freguesia também é grande e a área que foi atribuída ao Posto Territorial de Pinhal Novo, segundo se sabe, vai até ao Campo de Treinos do Sporting (Alcochete). As várias etnias que foram chegando à vila também não tem ajudado. O ano passado foi noticiado vários assaltos a jovens que iam para os estabelecimentos de ensino ou estavam de regresso a casa.
Poceirão e Marateca, estas duas localidades, no ano passado viram a segurança ser reduzida, a cerca de 10 quilómetros do Pinhal Novo, a população diz que viver momentos de medo, com falta de presença policial em ambas as aldeias, já para não falar de Vila Nova da Aroeira, que muitas vezes é Canha quem faz o patrulhamento.