Obra inspirada nos Caminhos de Santiago apresentada em Palmela
“Porque Caminhas?” surge da própria peregrinação do autor até Santiago de Compostela
“Porque Caminhas?”, é uma interrogação que o próprio autor deste livro, Luís Ferreira, na apresentação que decorreu na Igreja de Santiago, em Palmela, no passado dia 29 de outubro, assume como curiosa e nunca dúbia.
Não há duas razões nem dois intuitos iguais que levam alguém a fazer os Caminhos de Santiago, numa peregrinação que transporta pessoas de todo o mundo. O certo e comum é a motivação de chegar a Santiago de Compostela, mas não partilham a mesma experiência e o mesmo motivo de caminhar em todo o percurso até alcançar o destino.
Nesta apresentação, Luís Ferreira, natural do Barreiro, contou que, até ao ano de 2011, era a escrita poética que enchia as suas folhas. Quando estava a caminhar em direção a apresentação daquele que viria a ser o seu último livro de poesia, sentiu, dentro de si, a necessidade de percorrer o Caminho de Santiago. A partir desse instante, todas as suas obras nascem relacionadas com as vivências que o demovem a continuar a caminhar.
“Porque Caminhas?” é uma obra que decorre no Caminho de Inverno, uma rota recentemente reconhecida, explica o autor, após vários “avanços e recuos”, e que atravessa “as 4 províncias da Galiza”. Neste livro, encontramos um cruzamento entre a realidade e a ficção, onde as personagens são inventadas e a história é um conto, neste caso, um romance, mas o cenário é verdadeiro e, toda a envolvência, convida cada leitor a uma “reflexão interior”.
Luís Miguel Calha, vice-presidente e vereador do Município de Palmela, reforçou a “relação umbilical” que Palmela, o seu Castelo e a Igreja de Santiago tem com a própria Ordem e também com esta peregrinação que são os Caminhos de Santiago, profundamente enraizada “na cultura, tradição e história” da vila.
O vereador municipal ressalva ainda toda a “investigação e trabalho” que tem vindo a ser feito, em articulação com as entidades interessadas e competentes, para que se concretize a Variante da Península de Setúbal nos Caminhos de Santiago, com o intuito de “valorizar o território, o caminho e toda a região”, enquanto se promove também “desenvolvimento turístico”.
A cerimónia de apresentação continuou com abertura ao público para questões e debate, com, no final, um brinde de moscatel ao autor, à sua inspiração e à obra, que está à venda em várias livrarias conhecidas, tanto presencialmente como online.