A celebração das Festas em Honra da Nossa Senhora do Rosário de Troia terminou ontem, segunda-feira, dia 15 de agosto – dia da Assunção de Nossa Senhora – com o auge das comemorações a acontecer com a passagem do Círio Fluvial.
O Jornal Concelho de Palmela acompanhou de perto todas as pessoas envolvidas nos festejos, onde o misto de emoções era visível, mas o cansaço também. Parafraseando o presidente da Comissão de Festas, Armando Oliveira, desde maio que os preparativos se começaram a fazer.
Esta mistura de sentimentos, envolveu também a divisão entre quem tinha de arrumar a tenda onde “morou” nesta última semana, e esperar pelo encerrar de mais um ano de celebração – que esteve parada desde o início da pandemia – no momento divino da procissão marítima que leva Nossa Senhora, e todos os Santos, até Setúbal.
O Jornal Concelho de Palmela foi no barco da Santa padroeira, enquanto toda uma fila se formava, a partir da Caldeira de Troia, em torno da embarcação principal. Ao longo de toda a procissão, com um primeiro destino em direção ao Outão, ouviram-se buzinas, música, orações, rezas e emoções. À chegada, o Senhor Padre rezou e as pessoas assistiram da janela, a ouvirem, atentas e chorosas, com um acenar de lenço branco à Santa Mãe.
Ao longo de toda a costa, milhares de pessoas assistiram ao desfilar da procissão em honra da Santa Protetora dos Pescadores. O lenço branco pairava na mão de quase todos os que ali estavam – ou, em alternativa, mandavam beijinhos e faziam adeus à Nossa Senhora do Rosário.
Ainda assim, no final da procissão, o barco com a Santa não parou no destino correto para a última celebração da palavra do Senhor – situação que gerou uma grande onda de consternação em todos os presentes que se encontravam no fim do Jardim da Beira Mar.
As Festas em Honra da Nossa Senhora do Rosário de Troia, com mais de 500 anos, são realizadas em honra dos marinheiros que já partiram e dos que ainda aqui ficaram. Esta comemoração pede proteção, também às famílias, de todos os que estão e estiveram ligados às águas para sobreviver – e é mesmo isso que pedem… sobrevivência e saúde, para continuar a caminhar e esperar para que no próximo ano possam participar nesta celebração única e carismática da região, dedicada aos pescadores e a toda a comunidade piscatória.