Cultura

Museu da Música Mecânica: 3 galerias, vários cantos… quantos sons nesta caixa de música?

O que é que leva alguém que tem uma coleção privada, como é o caso de Luís Cangueiro, a partilhar com os outros, algo tão seu? A resposta, não tardou a chegar… o proprietário do Museu da Música Mecânica, em Arraiados, no Pinhal Novo (Palmela), considera que é um dever como cidadão poder dar às pessoas a hipótese de contemplar algo que ele conseguiu conquistar – é um ato que considera, acima de tudo, de cidadania e de partilha de algo tão único – e, em muitos casos, raro – no mundo.

Este museu, que, quem passa, depressa assemelha a uma “caixa de música” pelo design da estrutura, foi inaugurada no ano de 2016. Várias e inúmeras pessoas passaram por lá até aos dias de hoje, de vários cantos do país, e, à medida que passam os anos, Luís aumenta o número de relíquias que ficam patentes na exposição do museu. Tem na sua posse mais de 600 peças, que se movimentam por sistemas exclusivamente mecânicos, e que coleciona desde 1986.

Ao entrar, podem ser contempladas cinco salas, com caixas de música, autómatos, realejos, fonógrafos, gramofones e grafonolas, que datam desde o final do séc. XVIII até à 1ª metade do séc. XX e todas funcionam – menos o gramofone “Eureka”, o primeiro desenvolvido especialmente para crianças, na Alemanha, cujos discos, a partir de 1904, passaram a ser feitos de chocolate e assim, depois de ouvidos, podiam ser comidos.

Numa visita guiada, o próprio Engenheiro Luís Cangueiro mostrou peças centenárias que representam verdadeiramente a história, a tradição e a cultura de séculos passados – como é o caso do Polyphon, do Seybold (que combina piano, com acordeão e percussão e funciona a eletricidade), das jukeboxes e de outras peças expostas nesta “caixa de música”, que podem ser ouvidas nestas visitas (sábados e domingos). O sistema de funcionamento varia de peça para peça, com alguns a apresentarem uma essência mais simples e outros a serem uma verdadeira orquestra.

Doravante, Luís diz que continuará a coleção: “Tem peças que me interessem e que eu ainda não tenha? Então, eu compro” – assim, com este pensamento e espírito empreendedor, altruísta e colecionista, se construiu um museu de coleção privada, mas que o próprio colecionador colocou à disposição de todos.

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