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Megaoperação Policial no Samouco procura “decapitar” cabecilhas

Polícia Marítima quer apanhar quem manda nas redes ilegais da apanha da ameijoa, mas também quem compra e quem vende o marisco que todos os dias é capturado nos braços do Rio Tejo entre Alcochete e Samouco. Em curso está uma mega investigação elaborada pelas autoridades e coordenada pelo Ministério Público

No passado dia 11 de Dezembro de 2023 decorreu na Praia do Samouco, Concelho de Alcochete, uma megaoperação policial conduzida pela Polícia Marítima no âmbito da qual foram identificados mais de 500 indivíduos que se dedicavam à apanha ilegal de ameijoa japonesa no estuário do Tejo, na região de Alcochete.

Um dos principais objectivos desta nova operação prendeu-se com a identificação dos líderes da comercialização ilegal dos bivalves.

Fenómeno novo encontrado nesta última operação
Pela primeira vez, foram identificados entre os mariscadores indivíduos de origem Sul Americana, em concreto, foram identificados 10 trabalhadores Venezuelanos com idades compreendidas entre 20 e 30 anos. Os trabalhadores são usualmente oriundos de Portugal, Nepal, Bangladesh, Ucrânia, Roménia e Cabo Verde. Alguns dos mariscadores são detentores de títulos de residência válidos em Portugal, outros encontravam-se com os títulos caducados há poucos meses estando em situação ilegal em território Português. Grande parte destas comunidades reside no Samouco.

Primeira operação decorreu no Verão
Entre a anterior megaoperação policial ocorrida no Verão, e a presente operação constata-se que o número de trabalhadores que se dedicam à apanha ilegal de bivalves no Samouco duplicou.

Além da identificação de mais de 500 indivíduos (na sua maioria, de nacionalidade Tailandesa), foram constituídos 25 arguidos (não entre os mariscadores) dedicados à compra e venda de bivalves, procedeu-se igualmente à apreensão de 5 viaturas.

De acordo com declarações prestadas ao Jornal Concelho de Palmela pelo Comandante Local da Polícia Marítima e actual Capitão do Porto de Lisboa Paulo Vicente, a Praia do Samouco é um dos pontos mais relevantes referenciados para a prática de apanha, compra e venda ilegal de bivalves, sendo que as autoridades pretendem “decapitar” quem gere estas redes ilegais, na medida em que são os líderes os mais beneficiados com a prática destas actividades à margem da lei.

No decurso da megaoperação, nas imediações da praia fluvial do Samouco, era observável e perceptível a tensão e apreensão vivenciada por diversos grupos de indivíduos de várias nacionalidades que aguardavam o desfecho do trabalho das autoridades.

Insegurança é vivida na vila do Samouco
Na vila do Samouco vem aumentando a insegurança, a população local já não se surpreende com a presença de comunidades estrangeiras que fazem da apanha de bivalves o seu modo de subsistência, porém, autoridades e residentes admitem estarmos na presença de um problema social com repercussões directas no quotidiano da Vila do Samouco. Nas redes sociais as opiniões dividem-se e surgem, muitas vezes, debates acesos entre locais. Talvez medidas de legalização desta actividade com concessão mais ampla de licenciamento da actividade de mariscador e o transporte do marisco para uma depuradora pudesse, ao menos a médio prazo, impedir práticas ilegais e abusivas e por fim a diversas economias paralelas que se alimentam deste fenómeno local.

Segundo fonte junto do Governo, para a margem sul do Tejo esteve em estudo uma depuradora para fazer fase à ilegalidade que é vivida diariamente no Rio Tejo, o único sustento de muitas famílias que fogem do seu país à procura de uma vida melhor e mais confortável e que muitas das vezes é pura ilusão para os estrangeiros que chegam com promessas de emprego e acabam nessas redes.

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