EXCLUSIVO: Helena Fruta, a Rainha das Vindimas no ano da revolução
Conheça com o Jornal Concelho de Palmela um pedaço da história da eleita Rainha das Vindimas do ano de 1974.
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Passaram muitos anos desde 1974, o ano da Revolução dos Cravos, em que se assinalou o início da democracia portuguesa e de uma nova vida. A Festa das Vindimas já acontecia desde 1963, mas, neste ano, o modo de eleição da Rainha das Vindimas mudou, e a nova rainha foi eleita democraticamente.
Helena Fruta, a Rainha de 74, uma verdadeira “palmeloa”, falou em exclusivo com o Jornal Concelho de Palmela e partilhou a experiência do seu pré e pós mandato. Até este ano, a Comissão de Festas convidava um júri para eleger a vitoriosa da noite e, após a revolução, a escolha foi feita através de sorteio – de todos os presentes, conforme o lugar do bilhete para o evento, que era colocado num saco, eram retirados, à sorte, os números que iam corresponder ao júri daquela edição.
À pergunta: “E na altura, porque é que a Helena quis participar?”, a resposta foi: “eu não quis, fui obrigada”, diz, sorridente. Após um acidente que o seu pai havia sofrido na altura, Helena revelou que não tinha vontade de participar, mas, após insistência de um conhecido, acabou por participar “na desportiva”, acabando, “surpreendentemente” por ganhar.
Antigamente, o concurso era feito faseadamente, com um género de eliminatórias, em que, na fase final, chegavam 5… entre elas, ganhava uma, e, naquele ano, a coroa calhou a Helena Fruta.
O primeiro ano de mandato “era diferente, não tem nada a ver com os dias de hoje”. Antigamente, no Largo São João Batista, havia uma casa, que era a Casa do Lavrador e a manhã seguinte depois da coroação “foi passada a lavar o fogão da noite anterior”, afirma Helena, com a nota de que “colaboravam em tudo”.
Apesar da diferença, aquando da participação atual da eleita Rainha das Vindimas no concurso nacional, a eleita de 74 deixa a nota de que “as raparigas de Palmela são muito bonitas e ficamos bem classificadas”. Alguns momentos mantiveram-se, nomeadamente nos pontos mais altos e eloquentes da Festa das Vindimas. Não faziam as atividades recentes e antecedentes que agora tomam lugar na vida das candidatas.
Helena falou com descontração e animação, ressalvando sempre a sua vida ativa no associativismo de Palmela. Não deixou por dizer nenhuma palavra de carinho à terra que a viu nascer e espera que a tradição se mantenha sempre, e, nas palavras da Marcha das Vindimas de 1974: “TODA ELA ENGALANADA, P’RAS VINDIMAS FESTEJAR, TEM TANTA, TANTA BELEZA QUE A TODOS VAI ENCANTAR”.