Exclusivo | Abrigo ilegal de cães no Lau leva habitantes ao limite (c/vídeo)
Moradores da localidade ponderam “seriamente” em agir “pelas próprias mãos”.
[Em atualização]
Os habitantes da localidade do Lau, no concelho de Palmela, perante a existência de um canil ilegal construído na zona, há alguns meses, estão a ficar completamente saturados de todo o ruído, agitação, e demais importunos causados pela situação, bem como a alegada falta de condições a que estão sujeitos os animais alojados.
Estão cerca de 70 cães, alegadamente de caça em matilha, de médio e alto porte, num terreno totalmente vedado, conforme já noticiou o Jornal Concelho de Palmela. Grumecindo Figueiredo contactou novamente o jornal, para que ficasse a ser conhecida “a estagnação do processo” e a chegada “ao limite de todos os habitantes do Lau, que não pode ser o caixote do lixo de Palmela”, desabafa Grumecindo, que é também fundador da Associação de Moradores da localidade.
O Jornal Concelho de Palmela deslocou-se ao local e verificou que os animais estão dentro de um abrigo construído em propriedade privada, com pouca visibilidade para o seu interior, mas com cães a fazerem alto alarido, com imenso ladrar, que é audível a largos metros de distância.
Neste momento, os moradores do Lau, que estão “extremamente saturados destes distúrbios” ponderam seriamente resolver a situação com os “meios próprios”, uma vez que não sentem “apoio nem ajuda da parte do município nem das autoridades a quem foram feitas as denúncias”.
Grumecindo Figueiredo tem sido a pessoa responsável, como um “porta-voz”, a tentar falar e fazer-se ouvir junto das entidades responsáveis que detém o poder de gerir, alterar ou resolver este tipo de situação, incomodativa para os habitantes.
Também o presidente da Junta de Freguesia de Palmela, Jorge Mares, falou, em exclusivo, com o Jornal Concelho de Palmela e ressalva a importância de “agir rapidamente” e impedir que “estes habitantes continuem a ser esquecidos”, sublinhando a importância da resolução deste acontecimento, dado o “perigo de saúde pública implícito pela falta de condições do local” e a “insustentabilidade de continuar a viver com o desassossego gerado pelos animais ali colocados”.
A população já escreveu um abaixo-assinado à Câmara Municipal de Palmela, onde está exposta a situação que se vive, conforme está escrito, desde janeiro de 2022, argumentando para a construção “sem alvará” de uma “estrutura muito rudimentar” onde estão alojados os animais e também para a falta de “condições, sem saneamento, fossa para detritos ou água potável”.
Pode ainda ler-se no documento que a GNR e a SEPNA [com a abertura de uma investigação] foram avisadas e dirigiram-se ao local, mas que “nada foi feito para além da aplicação de algumas coimas”.
Perante isto, o município respondeu ter sido “levantado um auto de notícia de contraordenação pelos serviços municipais de fiscalização” face à obra não licenciada, e, internamente, aguarda-se resposta “para se analisar a viabilidade de construção das obras realizadas”.
Há ainda indicação na resposta da câmara aos munícipes de que, depois de se ter averiguado no local, juntamente com a SEPNA, não foram “verificados indícios de maus-tratos aos animais”.