Sociedade

De semente a semente, a vida reconstrói-se até ao Castelo

André Amaro e Maarten Baas estão a trabalhar, com quem se queira juntar, para rejuvenescer o preto do incêndio de Palmela

Foi há cerca de 4 meses que os amigos e empresários, com projetos na Holanda, André Amaro e Maarten Baas, compraram um terreno com cerca de 14 hectares, com mais iniciativas e ações pensadas para se concretizar e dar vida à Baixa de Palmela. O que não esperavam, assim como todos os munícipes da vila, era que um incêndio avassalador adiasse o projeto, e destrói-se um sonho, que, por enquanto, está transformado em cinzas.

Nem por isso se cruza os braços; antes, arregaça-se as mangas e põe-se mãos ao trabalho e os dedos na terra. Na Quinta da Azenha, propriedade dos dois sócios, existe muito para fazer e para reconstruir. O terreno é grande e é necessário ajuda de muitos empregados, e também voluntários, que se juntam numa causa comum: dar novamente vida ao negro que ficou em grande parte de Palmela.

Em todo o processo, naquilo que assim o exige, André Amaro e Maarten Baas contratam especialistas em assuntos que necessitam de avaliação e gestão cuidada, tendo em conta que se está a lidar com, em muito, a própria “força da natureza”.

Para os sócios, nem tudo são espinhos – preferem acreditar que esta é uma nova oportunidade de recomeçar e de aproveitar em pleno tudo o que a terra tem para oferecer, embora, claro, com o auxílio da plantação de arbustos e lançamento de sementes, que vão germinar e transformar-se em árvores.

Com as entidades competentes, como o ICNF, André Amaro confessou “não querer problemas” esperando apenas simplificar o processo ao máximo, mas cumprindo a lei e todos os requisitos necessários. O mesmo se aplica à Câmara Municipal de Palmela, com o “anfitrião do terreno” a sublinhar que a relação continuará a ser cordial, até porque a cooperação é essencial quando a devastação é imensa.

Na encosta do Castelo, o plano é plantar uma floresta de sobreiros, de sementes e arvores já germinadas, assim como várias outras espécies que existem no Parque Natural da Arrábida, que, conforme ressalva, é necessário estudo e administração para que sejam respeitados todos os tempos e todas as plantações que possam ser feitas nestes terrenos.

Os custos de toda esta operação, que ocupará os 14 hectares comprados, serão avultados e são investimento total de André Amaro e Maarten Baas. O tempo estimado para a conclusão… não existe, com o respeito pelo curso natural do desenvolvimento a ser o essencial.

Nos dias 5 e 6 de novembro, vão começar a replantar a encosta do castelo “com um pequeno exército de especialistas e voluntários”, onde, quem quiser, pode participar ao enviar e-mail para amaroworks@gmail.com.

Ao longe, vemos queimado, cinzento, castanho e negro… um rasto de devastação que deixou tristeza e amargura em muitos cidadãos, que, infelizmente, para muitos, a solução é aguardar.

Aqui, na Quinta da Azenha, com alguma aproximação, o que se vislumbra é empenho, perseverança, companheirismo e fé em que o negro se transforme, pelas mãos de quem trabalha e pela esperança de quem acredita.

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