Saúde

Centro Hospitalar de Setúbal fica sem presidente e está “à deriva”

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) renunciou o seu mandato no mês passado, alegando “motivos pessoais”

O Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) já conheceu melhores dias no conselho de administração, depois de muitos diretores clínicos apresentarem ao longo de uma legislatura demissões em massa, agora foi a vez de Pedro Nuno Miguel Baptista Lopes, presidente do conselho de administração, apresentar renúncia ao cargo que exercia naquela unidade hospitalar.

A renúncia foi apresentada no mês passado [novembro], mas só foi comunicada pelo próprio no passado dia 7 de dezembro durante uma reunião interna. O presidente que renunciou ao cargo irá manter funções até ao fim do mês de dezembro, conforme o previsto no estatuto de gestor público em caso de renúncia.

Pedro Lopes foi nomeado presidente de conselho de administração do CHS em julho de 2022, desempenhando as suas funções em períodos críticos, como os pedidos de demissão em massa de alguns diretores clínicos, greves de médicos e enfermeiros, urgências a funcionar a meio gás e até uma construção de ampliação do Hospital São Bernardo.

Passados mais de um ano, o presidente bate com a porta, alegando que terá renunciado por “motivos pessoais”. Lembrar ainda que Pedro Lopes foi responsável do Hospital São Bernardo, Hospital Ortopédico do Outão e do Serviço de Ambulatório do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do CHS.

As lacunas governativas
O Centro Hospitalar de Setúbal nos últimos tempos tem sido uma preocupação constante para entidades públicas e políticas, no mês passado, as autaquias da Arrábida realizaram uma vigília em frente do Hospital São Bernardo para apelar ao bom senso do governo na questão do Serviço Nacional de Saúde (SNS), onde o CHS tem algumas lacunas devido ao desinvestimento que tem sofrido ao longo do tempo.

O CHS é um dos maiores hospitais do país, dá apoio ao hospital do Litoral Alentejano mas também ao hospital Garcia de Orta, em Almada. Os profissionais de saúde queixam-se de uma carga horária excessiva que muitas vezes faz lacunas nos atendimentos de doentes que passam horas e horas à espera de atendimento nas urgências, acabando por haver utentes que desistem da espera e abandonam o atendimento.

As corporações de bombeiros, também elas se queixam das horas que esperam para que possam recolher macas.

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