Moradores não cedem à câmara
Moradores de Aires/Cabeço Velhinho/Padre Nabeto rejeitaram a proposta da Câmara Municipal de Palmela, que mantém concentração de 65% da habitação social em 1 km² em Aires. A reunião realizada na passada sexta-feira entre o presidente da autarquia e representantes de moradores não conseguiu chegar a consenso por ambas as partes e novas formas de luta estão a caminho
![](/wp-content/uploads/2024/02/Aires-780x470.jpg)
Os representantes dos moradores de Aires, Cabeço Velhinho, Padre Nabeto, Volta da Pedra e Estação de Palmela (CIMZA) rejeitaram, na passada sexta-feira (2), a proposta apresentada pela Câmara Municipal de Palmela de concentrar 65% da nova construção de habitação social municipal no espaço de 1km2 em Aires.
Os moradores acusaram, num comunicado enviado às redações, a Câmara Municipal de Palmela de propor a criação de um “bairro social estigmatizado, em vez que proceder a maior dispersão por outros locais e outras freguesias do concelho, que permitam integrar melhor as populações”.
Os moradores de Aires argumentaram que a zona tem sido negligenciada em termos de desenvolvimento de infraestrutura: “Lembramos que Aires apenas possui 10% da área urbana disponível do concelho, 11% da população de Palmela e 11% dos terrenos municipais que podem integrar a oferta de habitação no concelho de Palmela, não se compreendendo este nível de concentração de nova construção habitação social municipal em tão pequeno espaço”.
A CIMZA (Comissão Instaladora de Moradores da Zona de Aires) também criticou a revogação do Plano Geral de Urbanização de Aires e a aprovação da Estratégia Local de Habitação sem consulta adequada à população.
“Sem uma proposta adequada, estão previstas novas formas mais intensas de protesto. Prevê-se nova reunião dos moradores nos próximos dias”, informou a comissão em comunicado.
Após reunirem com o presidente da Câmara Municipal de Palmela e da proposta apresentada não satisfazer os moradores das três zonas de Aires, foi anunciado nas redes sociais que outras formas de protesto estão a ser equacionadas para serem aplicadas em prática muito em breve.
Os moradores dizem não ser contra aos bairros na região de Aires, mas não aceitam a elevada concentração de edifícios para aquela zona da freguesia de Palmela.
Pinhal Novo adormecido…
Nos anos 80/90 os pinhalnovenses quando souberam que havia uma possibilidade dos moradores do Bairro do Casal Ventoso, em Lisboa, serem transferidos para habitações que poderiam ser construídas para fins sociais, promoveram colóquios e conferências, na sua maioria nas principais coletividades daquela localidade para se preparar uma mega manifestação contra a ideia da autarquia. Com as movimentações geradas por algumas figuras que mais tarde também lutaram por uma comissão para trabalhar o dossier que nunca iniciou da elevação de Pinhal Novo a concelho, a ideia de construir um bairro social em Pinhal Novo perderia, certamente que não seria para alojar nenhum habitante do Casal Ventoso, o problema terá ficado solucionado pela Câmara Municipal de Lisboa.
Passados mais de 30 anos, a ideia volta à ribalta com uma tabela conhecida com uma listagem de terrenos e zonas que vão receber habitação destinada a famílias carenciadas como salienta o documento a que o Jornal Concelho de Palmela teve acesso. Para a vila o equipamento está previsto ser construído na Cascalheira. O mesmo documento com o título “Estratégia Local de Habitação do Município de Palmela – Relatório 04 Estratégia de Habitação do Município de Palmela”, refere que para a vila de Pinhal Novo está previsto a construção de um Equipamento de utilização coletiva, com uma área de 2.350m2. Para outras freguesias do concelho estão previstas também construções de Equipamentos de Utilização Coletiva, Equipamentos Coletivos e Zonas Verdes, como o caso de Quinta do Anjo (Bairro Assunção/Marquesas II, Barra Cheia e Quinta do Anjo) e União de Freguesias de Poceirão e Marateca também receberá esse tipo de equipamentos, um em Águas de Moura e segundo informação do edil será localizado na Urbanização do Sobreiro e em Fernando Pó. Segundo fonte próxima do executivo municipal, os projetos que estão a ser preparados totalizaram um total de cerca de 600 mil euros (projetos e obras).
Os moradores estão a organizar-se para que na próxima reunião pública – quarta-feira – possam estar presentes para assistir à iniciativa e poder colocar as questões que ficaram por responder por parte do executivo municipal.